quarta-feira, 28 de novembro de 2007

sem titulo / técnica mista


Sim é verdade, que eu vou ser a chata do blog...mas talvez seja útil para alguém ler os meus devaneios idiotas e egoístas.


Nos momentos em que o meu dever e o meu coração estiveram em contradição, o primeiro raramente saíu vitorioso, a menos que bastasse eu abster-me; então, na maioria das vezes, eu era forte, mas sempre me foi impossível agir contra o meu feitio. Quer sejam os homens, o dever, ou mesmo a fatalidade quem comanda, sempre que o meu coração se cala a minha vontade fica surda e eu não sou capaz de obedecer. Vejo o mal que me ameaça e deixo-o chegar, em vez de agir para o evitar. Começo por vezes com esforço, mas esse esforço cansa-me e depressa me esgota e não sou capaz de continuar. Em todas as coisas imagináveis, aquilo que não faço com prazer logo se me torna impossível de levar a cabo.

Texto: Jean-Jacques Rousseau, in "Os Devaneios do Caminhante Solitário"
Imagem: Maria Bleck Soares, Postal de natal para Quintas de Leitura, Teatro do Campo Alegre.

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